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O Senador McCain, candidato republicano às eleições norte-americanas, é apoiado pelo senhor John Hagee, um pastor evangélico, tele-evangelista e dono da igreja de Cornerstone, de San Antonio, Texas.
Ora, este senhor acredita que, no futuro, exércitos russos e árabes invadirão Israel e serão destruídos por deus. Israel será o local de uma batalha entre a China e o Ocidente, que será liderado pelo anti-cristo, o líder da União Europeia. Dar-se-á, então, a segunda vinda de Cristo, que vencerá.

Related articles: http://www.youtube.com/watch?v=f4O38bXNWC8&feature=related ; http://en.wikipedia.org/wiki/John_Hagee

UM LINK DE PESO

A Pastoral Portuguesa, do Rogério Casanova, que é quase meu vizinho, é a mais recente aquisição da minha barra de links (aqui, à direita). Há algum tempo que sou leitor do Pastoral, mas a preguiça, ó pecado mortal!, tem-me impedido de actualizar a tal barrinha. O seu post Jeremy Bentham, Miguel Veloso, e este implemento esférico que aqui vemos convenceu-me. Já lá está. Há muito tempo que não lia coisa tão bem escrita, sobre futebol.

Os professores queixam-se muito. Da falta de educação dos alunos, do estatuto do professor, da avaliação dos professores, dos horários, das condições, etc. Queixam-se.

Ora, há dias todos assistimos, via You tube, RTP, SIC ou TVI, a uma caricata cena em que uma adolescente se debatia, por um telemóvel, com a sua professora de francês. Esta problemática encerra três questões de enorme importância, com culpas repartidas entre aluna e professor. Para começar, entendo que a professora deve comprar um telemóvel para si, e não andar a tentar surripiá-los aos alunos. Em segundo lugar, a sala de aula não é sítio para confrontos daqueles – no meu tempo apanhava-se o professor “lá fora”.

De facto, não foi cena bonita de se ver. Mas, ainda assim, filmada ao estilo cinéma verité revela uma paixão dos alunos pela sétima arte. Numa aula de francês, os meninos não só se revelam adeptos das novas tecnologias (o telemóvel) como são estimulados para a Sétima Arte. Quem sabe se o cineasta amador não virá a ser o próximo Manoel de Oliveira?

A turma deve ser composta maioritariamente por alunos nascidos nos anos de 1993 e 1994. Não pertencem, portanto, às gerações Y nem Rasca e são muitos novos para terem visto o Blair Witch Project no cinema. Mas, assistiram, certamente, aos des(enhos)animados Dragonball. Logo, o confronto a que assistimos fica muito aquém das expectativas que criámos em torno destes miúdos. Uns puxões e empurrões, apenas? Nem um estalo? Uma pequena canelada? Nada?

João César das Neves (vou resistir a elaborar trocadilhos que metam yetis pelo meio) assinou hoje outro dos seus deliciosamente delirantes artigos de opinião no Diário de Notícias. O tema: o Opus Dei e as suas ligações ao BCP – ou, melhor, à antiga administração do BCP, pois, graças a Deus, a brigada do cilício foi corrida. Ou correu-se a si mesma, atitude suicidária que, sendo uma boa notícia, não deixa de ser profundamente estúpida.

O título em si encerra todo um programa político: O Problema do Opus Dei. Afinal de contas, ou o Opus Dei tem um problema, no que a frase tem de literal; ou o Opus Dei tem um problema que advém da forma como é visto pelos que lhe são estranhos.

A frase de abertura do textículo, “O Opus Dei anda nas bocas do mundo”, não augura nada de bom. E basta ler o resto da prosa para se ficar com a ideia do que quer César (das Neves). Mas o que me choca é a aterradora conclusão que Neves tira acerca dos ateus (e eu não o sou): “Os ateus aceitam os cristãos pobres, como a madre Teresa”. Contraponho. Primeiro: os ateus comuns tendem a “aceitar” qualquer cidadão, seja cristão ou não. Segundo: A madre Teresa era tão pobre quanto eu sou chinês. Terceiro: há, pelo menos, um ateu que detesta a madre Teresa, Christopher Hitchens. Sei que me podem apontar uma contradição entre o primeiro e o terceiro argumentos, mas não se podem esquecer de que nem Hitchens é um ateu comum, nem a madre Teresa era pobre.

Outro aspecto a ter em conta no teXtículo de João – perdoem-me a alternância entre nomes, mas se o senhor assina com três, eu, para evitar repetições inestéticas, reservo-me o direito de ir alternando – é o erro que os religiosos apontaram a Dan Brown: a mistura, no mesmo texto, de correntes e conceitos distintos, com a intenção de chocar. Este sensacionalismo barato leva o professor a misturar, em pouco mais 4.000 caracteres, diferentes noções: prelatura, maçonaria, banca, cúria, evangelhos, dominicanos, jesuítas, Império Romano, cruzadas, Inquisição, Páscoa…

Ora, eu a isto chamo uma tremenda salganhada. O que vale é que não há almoços grátis.

DA PÁSCOA, COM AMOR

Programa The View, apresentado por Whoopi Goldberg: “A terra é plana? Nunca pensei nisso.”

No Iraque, debate-se se será a Terra redonda ou não. A Lua tem metade do tamanho do Sol que, por sua vez, gira em torno da Terra por ser mais pequeno do que esta. Tudo isto tendo como base a ciência corânica, claro.

MAYRA, NHA CRETCHEU

Antes de mais, começo pela declaração de interesses: estou completamente apaixonado pela Mayra Andrade. Platonicamente falando, como é óbvio.

No domingo, fui vê-la ao São Luiz. Mayra está para a morna como a Mariza para o fado… mas em versão “linda”. A prestação desta menina bonita da música cabo-verdiana (quanto a mim, a única) foi brilhante, embora alguns periódicos a tenham classificado de decepcionante. Discordo. Por três ordens de razões. Primeiro, Mayra Andrade não precisa de agradar aos periódicos, nem aos seus jornalistas. Segundo, estou apaixonado por ela, como já referi. Terceiro, desde quando é que na presença de um mulher linda, corpo bamboleante, olhos verdes, peito a saltar do decote, voz vibrante, etc, etc, etc, queremos saber da acústica do teatro?

Oh, Mayra… Tivesse eu moedas de um cêntimo por cada vez que suspirei a ouvir a tua música. Oh, Comme s’il pleuvait… oh, Tunuka… oh, Lua…

Esta coisa de estar platonicamente apaixonado por uma cantora tem que se lhe diga. Ainda para mais quando o sujeito há muito saiu da adolescência.  A malta está num camarote num dos balcões do São Luiz, apoiada no varandim e quando dá por si está a olhar embevecida para uma menina que, lá em baixo, domina o palco, sorri até à exaustão e faz do crioulo uma língua universal. E a malta sente-se ridícula. Assim… comovida. Eu, próprio, senti-me como uma miúda que chora num concerto de Pearl Jam, que grita a ver o Robbie Williams, que puxa os cabelos à passagem de Enrique Iglesias…

Sim, a Mayra delicia-me. O que querem?! Tenho desculpa, ela canta bem com’ó caraças. E eu sou um ouvinte tão atento…

AMANHÃ

No São Luiz, a partir das 21h, Mayra Andrade.

Depois das Novas Fronteiras – termo decalcado do ideário de Kennedy – Sócrates diz “sim, podemos“, traduzindo Obama.